Tudo o que aconteceu com o Vasco neste ano. Uma visão ampla da época apresentando a interação com os fatos marcantes do ano
domingo, 23 de junho de 2024
Polar - primeiro torcedor-simbolo do Vasco
Polar – um canto negro nas arquibancadas
Um clube para ser verdadeiramente popular precisa de uma grande torcida. E nesta surgem seus personagens marcantes. Polar apareceu como o primeiro torcedor-símbolo dos vascaínos quando o clube ascende a primeira divisão em 1922 e conquista seu primeiro campeonato no ano seguinte
A formação da torcida do Vasco pode ser dividida em dois momentos: antes e depois de 1923. Até este ano o clube mais importante e vitorioso do Remo não tinha uma grande massa de torcedores. No remo o público que acompanhava as competições era formado por associados e simpatizantes de cada clube. Mesmo juntando em alguns dias milhares de pessoas para assistir as competições não havia um comportamento típico de um torcedor de futebol.
A revolução que o clube faz em campo ao apresentar um time vitorioso com brancos pobres e negros pode ser estendida para as arquibancadas. Polar era a síntese do novo torcedor do Vasco. Ele não era português e nem era branco. Era negro e natural da Bahia e, assim como muitos pessoas que chegavam ao Rio procuraram se identificar com um clube.
Trabalhando pelo Centro da cidade como propagandista das lojas que o contratavam numa época em que não existia televisão e nem o rádio comercial, Polar aproveitou o dom de ser dono de uma voz forte e poderosa que o tornou uma figura bastante popular naquela segunda década do século XX. Era justamente no momento que um clube despertou o interesse e a curiosidade de muitas pessoas. O Vasco foi para Polar o que a vida representou para ele: uma árdua luta para se estabelecer.
Começava a surgir o personagem Polar através da venda de sorvetes nos campos de futebol. Afonso Silva vai ganhar o apelido da marca de sorvetes que ele anunciava: “apresentando-se caracterizado, Afonso Silva começou a aparecer fazendo propaganda de um sorvete. O povo gostou de sua maneira berrante de apregoar as qualidades do produto. Sua figura curiosa andou de boca em boca. E o público resolveu batiza-lo que as atividades sugeriram. _ Polar... e Afonso Silva desapareceu para a cidade..”revela a reportagem do jornal O radical em 1940 que procurou narrar parte da sua trajetória.
Em pouco tempo sua fama como ótimo anunciante vai trazer novos “contratos”. Sua ascensão meteórica coincidia com o time do Vasco nos gramados. A identificação com o clube e seus jogadores foi o caminho dele adotar a Cruz de Malta em seu coração apaixonado. Sua vibração logo foi se tornando uma marca registrada. Em toda a peleja em que se empenhava o grêmio curzmaltino, Polar aparecia nos gramados para comandar a torcida. Era um dos seus mais ruidosos prazeres. E o Vasco tem assim na figura tão singular do príncipe dos nossos camelôs uma das expressões mais fortes de sua popularidade. Polar foi um vascaíno de fibra...” Junto dele e ao mesmo tempo de milhares de portugueses que mudavam de clube ou passavam a se interessar por futebol. Na verdade, o vascaíno típico era oriundo das camadas populares (independente do país de origem).
Com o tempo os jornais da época vão dando maiores espaços para o futebol e seus personagens que compõe o espetáculo. Nos anos 1920 eles aparecem anonimamente ou para exaltar a beleza de alguma torcedora dos clubes da elite. Nos anos 1930 eles vão aparecer de outra forma. O futebol ganha maior popularidade e com ela seus torcedores vão ser ouvidos e ganhar notoriedade.
Quando a imprensa começa a exaltar o nome de Polar e de outros torcedores é porque eles já eram figuras bastante conhecidas nos estádios. Polar vai aparecer diariamente nos jornais na Campanha para Russinho feita pelo Jornal Diario da Noite. A consagração do ídolo vascaíno veio com a vitória espetacular ao arrecadar 3 milhões de cupons. Uma das formas de arrecadar os cupons era coletando nos dias de jogos . Polar era um dos principais coletores.
Assim vai ser em todos os anos 1930 quando por varias ocasiões vão surgir disputas pelo jogador preferido dos cariocas. Em 1935 o candidato dos vascaínos vai ser o zagueiro Itália e em 1938 foi a vez do defensor Oscarino. Foi nesta que Leônidas obteve votação consagradora, conforme registra no livro O Diamante Negro.
Em outros três momentos ocorreram disputas. Em 1930 para levar um torcedor ao Uruguai para acompanhar a seleção brasileira na Copa no Uruguai, na disputa das Olimpíadas de 1932 nos Estados Unidos e em 1938 para acompanhar a seleção na Copa do Mundo na França. Nesta eleição Polar “perde” para Oswaldo Menezes do Flamengo para ser o Embaixador da Torcida, mas “vence” com sua filha (Leonor Silva) como Embaixatriz. Polar tem o direito de acompanhá-la para a Europa.
De regresso para o Brasil sua vida vai se transformar totalmente com o agravamento de uma doença do coração. Nos próximos dois anos ele para de trabalhar e vai morar no subúrbio em Cascadura. As dificuldades econômicas aumentam bruscamente. A condição econômica que tinha se estabilizado com o sucesso de sua profissão vai se deteriorar.
Os relatos da imprensa informam que sua vida era bastante modesta nos últimos meses. Vários jornais passam a noticiar campanhas promovidas pelos vascaínos em prol de auxilio.
Em agosto de 1940 Affonso Silva (seu nome verdadeiro) viria falecer. Em seu enterro no cemitério de Irajá compareceram vários diretores vascaínos como Ismael Souza, Raphael Verri,Rufino ferreira e Alvaro nascimento, do Jornal dos Sportes. A mobilização dos vascaínos surtiu efeito com a arrecadação de dinheiro para o seu enterro e o restante sendo doado a viúva e suas três filhas.
Na época de sua morte vários jornalistas escrevem crônicas exaltando a figura de Polar como o principal torcedor da época. Foi o caso de O nome de Polar ainda seria lembrado pelas gerações seguintes de vascaínos. Mario Filho em 1948 e Ary Barroso escrevem belas crônicas em sua homenagem. Lembra o compositor: “tipo singularíssimo. Torcedor “doente” do Vasco da Gama. Ia para as pelejas com enorme megafone e arrancava com os associados e adeptos para as vitórias cantando fazendo discurso enquanto exibia no peito do paleto colorido uma baita cruz de malta. O estádio sabia quando o Polar chegava (..) com o tempo essa gente foi desaparecendo (...) os esforços de Jaime com sua Charanga e o De Lucas (sic) com seu megafone estão longe da espontaneidade e daquela “poesia que se notava”. A comparação com os dois principais líderes das maiores torcidas organizadas da era pré-Maracanã chama atenção pois a figura de Polar vai ser apagada das futuras gerações. Para Barroso, a liderança de Polar era autentica.
Mario Filho traça um paralelo entre o líder da TOV em 1948 e Polar. João de Lucca era o principal herdeiro de Polar, procurou copiar suas principais qualidades para comandar a torcida. No entanto havia uma diferençapois Polar conquistou seu espaço e abriu para o seu herdeiro uma forma de comandar a torcida: “foi quando Polar se meteu a chefe da torcida do Vasco. Nem todo mundo em São Januario, gostou daquilo. (...) vestia-se de branco com uma camisa bem aberta ia para a pista de São Januario. E lá de baixo mandava uma vozeirão de camelô. Todo mundo gritar, Vasco. Só que muita gente não gostava de obedecer Polar. Quem era Polar para dar ordens! João de Lucca gostava. Para onde o Polar ia , ele ia. Se o Polar era o chefe da torcida, ele era o sub-chefe. O Polar, alias, considerava o De Lucca como sub-chefe” um dia os vascaínos se acostumaram com Polar. Já havia vascaínos de dinheiro que simpatizavam com ele
O tempo passou e novos personagens vão aparecendo. Talvez o mais destaca que tenha sido o também baiano e sua corneta: o germano. Infelizmente ambos nunca tiveram juntos nas arquibancadas pois Ramalho chegou ao Rio de Janeiro em 1942. Mas o carisma e a paixão pelo clube mais popular carioca ficaram em boas mãos. Ramalho não tinha uma voz tão potente mas seu pulmão compensava para soprar o famoso talo de mamoma.
Raul Campos biografia
No final do século XIX milhares de jovens portugueses resolveram trocar seu país com o sonho de se enriquecer no Brasil. Raul da Silva Campos foi um deles.
Nascido em 02 de outubro de 1886 na cidade de Póvoa do Varzim (a mesma do escritor Eça de Queiroz), Raul chega ao novo destino com apenas 12 anos. Ao contrário da maioria dos imigrantes que eram da zona rural e semi-analfabetas, Raul Campos tinha outro perfil. Entretanto as informações sobre sua infância ainda são bastante obscuras.
As poucas informações sobre sua vida na adolescência confirmam que ele era um jovem que estava em sintonia com a juventude de sua época que idolatrava os esportes. Era uma nova geração que valorizava as atividades físicas. Assim como muitos amigos ele se inscreveu como sócio do Club de Regatas Vasco da Gama para praticar o remo. O esporte mais popular do Rio de Janeiro neste período.
Fundado em 1898, o mesmo ano da chegada de Raul Campos, o Vasco tinha outras atividades de lazer para seus associados. Raul se torna sócio em 1903 para praticar remo e também ginástica. Foi neste período de sua adesão que chegou seu irmão mais novo e também adepto de esportes: Antonio Campos. Para alegria dos irmãos o Vasco começou a ser a maior potencia das regatas no Rio de Janeiro ao conquistar o bicampeonato em 1904-1905.
Enquanto desenvolvia seu físico, o jovem cuidasse de seus negócios. Campos era proprietário de uma loja de artigos esportivos. Uma novidade naqueles anos. Aos poucos o empreendimento foi se consolidando e outras concorrentes apareceram.
Com 29 anos ele começaria a entrar para a história do clube ao assumir a presidência em 1915. Foi durante sua administração que o futebol foi implantado. Mesmo com a resistência de parte expressiva dos associados que não aceitavam o clube mais vitorioso do remo se dedicar a uma pratica esportiva da moda. A verdade era que na década de 1910, o remo vai perdendo espaço para o futebol no gosto da juventude.
Tanto Raul Campos como Antonio vão se tornando imprescindíveis para o crescimento e fortalecimento do futebol vascaíno. Raul e o irmão tinham várias diferenças. O primeiro era mais racional, o segundo muito mais emotivo. Ambos demonstraram uma paixão pelo clube com nuances diferentes. Esta diferença também pode ser manifesta nos negócios. Raul Steve uma carreira de prosperidade em ascensão durante sua trajetória de vida. Enquanto Antonio acabou indo a falência e teve que trmminar como empregado do irmão em seu comercio.
A projeção de Raul Campos no cenário esportivo se deu na década de 1920 justamente o período de ascensão do futebol vascaíno em 1923 quando foi campeão na primeira divisão.
Raul fez parte da diretoria do clube desde 1915 em várias ocasiões e voltaria a ocupar o posto principal em 1926 quando foi eleito no final de 1915. Era uma responsabilidade muito grande pois neste ano o clube partiria para a sua ação mais ousada até então. Construir seu estádio de futebol. Não era uma tarefa tão fácil.
Astuto e dinâmico, o empresário soube se cercar de homens da mesma natureza.O Vasco dos tempos gloriosos do remo dava passagem para o clube que construiria o maior estádio do Brasil. São Januário foi construído em menos de um ano foi a realização de um sonho de toda uma parcela de associados e simpatizantes do clube que seria o mais popular na década de 1920. O desafia feito pelos grandes clubes para o Vasco ( único que não tinha seu próprio campo) foi o estopim de um movimento que uniu brasileiros e portugueses de diferentes segmentos sociais empolgados com os times em campo.
Em 1928 Raul Campos era reeleito. Mas faltava um título para o presidente. Ele veio em 1929. Era a consagração de sua geração que via em seu comandante uma figura do maior prestigio. Campos seria reeleito diversas vezes ate 1932.
No ano de 1931 ele participada primeira viagem de um clube carioca para a Europa. Embora tenha sido um marco na vida do Vasco. Não faltaram polemicas dentro do clube pois o campeonato carioca foi perdido quando o clube saiu do Brasil liderava o campeonato com folgas. Além disso, alguns dos principais jogadores do elenco, deixaram a delegação. O Vasco perdia os ídolos Jaguaré e Fausto.
No ano seguinte estaria a frente da luta pela profissionalização do futebol quando se tornou o primeiro presidente da Liga carioca, uma nova entidade esportiva liderada por Vasco, Fluminense e América.
Raul Campos nos próximos anos participaria ativamente da política no clube, entretanto jamais voltaria a ocupar a presidência. Sua influencia apesar disso era notória. Sempre foi ativo na vida do clube até a sua morte em 1969.
Antonio da Silva Campos biografia
Um dos presidentes mais icônicos do Club de Regatas Vasco da Gama foi o português Antonio da Silva Campos. Ele era irmão mais novo do lendário ex-presidente Raul Campos. Os irmãos Campos nascidos na cidade de Póvoa do Varzim no fim do século XIX marcaram época na história do clube.
Raul Campos chegou primeiro ao Brasil em 1898, mais tarde convenceu Antonio a emigrar em 19 de outubro de1902. Ambos morariam em definitivo na nova terra.
Os jovens portugueses freqüentavam o clube e praticavam vários esportes. De acordo com o memorialista Zé de São Januário: “Antonio Campos praticou ciclismo e pedestrianismo nas competições na Quinta da Boa Vista e Remo pelo Vasco na Santa Luzia, só não praticou futebol pois naquele tempo, segundo os vascaínos, era esporte para estudante e desocupado”.
Adesão de Antonio Campos ao futebol veio bem depois, não como praticante, mas como uma das figuras mais decisivas na formação de um elenco vitorioso. Em principio, ele ficou ao lado dos adeptos do remo que não queriam o futebol. Mas aos poucos vários vascaínos foram contagiados com a “febre do football”. Uma partida foi emblemática para esta mudança de postura. Em meados de 1917, o time do Vasco enfrentava o Boqueirão, tradicional rival do remo. Uma vitória sensacional por 3 a 0selou a paz entre as duas correntes que dividiam o clube. O resultado foi comemorado com extremo entusiasmo e uniu todos dentro do clube. Um salto qualitativo foi dado.
O preconceito dos remadores com o arrebatamento da paixão esportiva provocado pelo futebol vai aos poucos foi sendo derrubado. A partir daí tanto Raul como Antonio tiveram participações destacadas no inicio do futebol vascaíno (no final de 1915 e inicio da década seguinte). Antonio Campos vai ser um dos responsáveis por formar e comandar os famosos “Camisas Negras” nas primeiras grandes conquistas em 1922-23-24. Seu empenho, dedicação e amor ao clube ficaram evidenciados desde sempre. O reconhecimento de sua paixão desmedida para a agremiação foi reconhecida pelos sócios e diretores em 01 de julho de 1923 com o título de Benemérito. E Grande Benemérito em 17 de agosto de 1948.
Dono de uma importante loja de calçados no endereço mais nobre do Rio de Janeiro, na elegante Avenida Central 177(depois de 1912 Avenida Rio Branco), a Casa Campos era também um ponto de encontro de torcedores e sócios do Vasco. O local além de ser próximo a sede do clube na rua Santa Luzia, passou a ocupar lugar de destaque como ponto de venda de ingressos antecipados para os jogos do campeonato carioca e amistosos.
Antonio Campos fez parte da diretoria do Vasco ocupando vários postos durante vários anos. Todo este tempo de dedicação acarretou uma série de infortúnios nas finanças do jovem comerciante. Segundo o escritor Vargas neto, “foium desportista que esbanjou generosamente a sua atividade e sua energia em prol do esporte”. Ele foi a falência e precisou da ajuda do irmão que o empregou na Casa Sportman. O altruísmo ao colocar o clube a frente de suas preocupações comerciais foi apontado por seus amigos como o principal motivo para sua ruína financeira. Como enfatizou Vargas Neto na mesma crônica no Jornal dos Sports escrita após a sua morte: “a sua fortuna, a sua saúde, o seu tempo nunca foram poupados quando estava em jogo o interesse de seu clube”, conclui.
O jornalista Álvaro Nascimento, o popular Zé de São Januário, seu amigo desde 1915 quando se conheceram testemunhou toda a trajetória do dirigente. Ele vai ser o principal biografo e memorialistas de vários personagens do clube. Álvaro escreveu algumas crônicas dedicadas a vida do cartola, especialmente em 1969.
Antes disso, o ex-presidente teve uma singela homenagem pelo clube em 1950 quando foi erguido um busto de bronze em São Januário. Dois anos após o seu falecimento.
Depois de ser presidente no ano de 1923 Antonio Campos liderou o clube em outra época. Foi em 1940 quando vence a chapa liderada por Cyro Aranha em disputadíssima eleição.. Neste período a agremiação viveu algumas crises políticas e esteve afastada de suas maiores glorias do passado. Foi a a época da Libertação Financeira. Momento histórico em que o clube teve que pagar suas dívidas
Convém lembrar que Campos assumiu a presidência em 1939 após a renuncia do presidente Pedro Novais desgastado com uma briga com uma importante confraria política no clube : O Grupo dos Supimpas. Faltavam quatro meses para terminar o seu mandato.
Foi uma época de algumas polemicas. A principal delas foi contra o popular radialista Ary Barroso. Acusado de ser parcial em suas transmissões esportivas, o presidente Campos determinou a proibição do locutor narrar suas partidas dentro do estádio. Tal atitude acabou por criar uma imagem antipática do clube por setores da imprensa. Foi desta época que “praga” do Arubinha começou a ser divulgada pelos inimigos do Vasco.
Antonio Campos permaneceu na presidência até o final de 1941 quando Ciro Aranha vence pela primeira vez uma eleição. Era o inicio da formação do Expresso da Vitória.
Neste ano o jornalista Mario Filho começava a fazer uma série de entrevistas para o seu futuro livro, lançado em 1947, O Negro no Futebol Brasileiro contou com o depoimento de vários vascaínos. Antonio da Silva Campos foi um deles, conforme Mario Filho escreve nos agradecimentos.
Foi durante a sua administração que importantes comemorações do governo do presidente Getulio Vargas foram realizadas. Destaque para o evento de 1º de maio em que anunciou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as primeiras leis trabalhistas do Brasil como a que instituiu o salário mínimo em 1940. Pela primeira vez Vargas utilizou um estádio para comemorar o dia dos trabalhadores. Em 1941 ele novamente volta ao estádio na mesma data para anunciar a criação da Justiça do Trabalho.
No final do ano veio a eleição que consagrou uma liderança emergente no Vasco: Cyro Aranha. Ao longo da década Antonio Campos continua atuante mas sem protagonismo. Em 1948 Campos não teve a oportunidade de estar presente nas comemorações do cinqüentenário C. R. Vasco da Gama em agosto (faleceu em 9 de maio). Porém deve ter morrido feliz pois teve tempo de acompanhar em fevereiro a conquista mais importante do clube até então: o título no Chile do Campeonato Sul Americano de Clubes. Primeira conquista de um clube brasileiro no exterior. Um feito memorável, sem dúvidas.
Em maio de 1960 uma nova homenagem foi feita com a colocação de seu busto em novo e definitivo local: em frente a recém construída Capela de Nossa Senhora das Vitórias. Poucos vascaínos sabem mas o culto a padroeira do clube começou com Antonio Campos em 1923 depois de receber onze medalhas do dirigente do Botafogo, o folclórico Carlito Rocha, para ser distribuída aos jogadores. O santuário foi, segundo Álvaro Nascimento, “um sonho em vida que não conseguiu concretizar”
Antonio da Silva Campos faleceu vítima das complicações de um AVC. Era casado Com Anna Nova Campos e teve 5 filhos ( Carlos, Antonio, Dulce, Manuel e Julia). Em sua homenagem o diretor Abelardo França ressaltou a importância dele para o clube: “é muito difícil separar qualquer episódio da vida do Vasco sem encontrar a passagem de Antonio Campos (...) numa inquietação a quem se dedica a um trabalho intenso movido pelas forças do coração (...) tirou as energia de sua vida para dedicá-las aquilo que ele considerava motivo de sua própria existência”.
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